quinta-feira, 8 de julho de 2010

Perseguidores de Almas - Part II**

...
   - Mia? – Mel gritava, correndo em minha direção. Ela percebera que eu estava pálida, e não era somente pelo frio que fazia. – O que aconteceu?
   - Nada. – olhei para ela, sem esboçar nenhuma expressão. Ela logo entendeu o que havia ocorrido. Ela só tinha me visto daquele jeito uma vez.
   Após explicar que havia me perdido, voltamos para casa. Fui para o quarto, dizendo estar cansada. Na realidade, eu estava. Mel foi logo em seguida. Nós dividimos o quarto. Então ela me perguntou o que realmente acontecera. Disse tudo, aos mínimos detalhes e ela ficou pasma.
   - O que mais me espanta é que o Di te deixou. Nunca entendo o ciúme dele. – dizia Mel, arrumando sua cama para deitar.
   - Eu sei, também não entendo. Ele é meu amigo, mas é um espírito. Eles também sentem ciúme? – perguntava sarcasticamente, enquanto mexia meu chocolate quente encostada na janela, olhando a neve cair.
   Mel ria com meu comentário. Ela sabia que eu não suportava a mania de Diogo fazer tudo. Ele poderia até ser um espírito, mas não conseguia fazer coisas que os seres encarnados fazem, mas ainda pensa como um, sentindo as mesmas coisas que um ser encarnado sente, inclusive ciúme... Tão incontrolável, principalmente com os meus amigos, que podem me abraçar, como ele mesmo me disse uma vez.
   Volto no tempo, perdida em meus pensamentos e me lembro do quanto eu era feliz no Brasil, até eu ter minha primeira experiência desagradável. Eu gostava de uma pessoa de lá e prometi para mim mesma que eu o esqueceria. Ele era meu amigo. Quero dizer, meu melhor amigo. Mas quando fui me despedir, fiquei ligeiramente confusa com o que falamos.

 - Sabe mais ou menos por quanto tempo ficará lá? – ele me dizia, segurando uma de minhas mãos.
 - Não. Talvez um ano, dois... Até três, não sei. – dizia-lhe, fugindo de seu olhar que sempre me causava calafrios.
   - Mas... – ele fez uma pausa e respirou fundo, como se estivesse escolhendo as palavras corretas para continuar sua frase – Você viajará sozinha?
   - Não. – olhava-o, tentando decifrar o que havia de tão misterioso por trás de seu olhar. – Mel irá comigo. E além do mais, a família com quem ficarei parece ser muito acolhedora.
   - Espero que sejam. – ele pensou alto, sem perceber o que dizia.
   - Por quê? O que fará se não forem? – disse-lhe, com um tom mais descontraído, olhando-o com uma sobrancelha alta.
   - Irei te buscar. – disse, soltando uma risada nervosa.
   Ficamos um tempo em silêncio, sem saber o que falar para não tornar a despedida pior. De repente, ele quebra o silencio, dizendo:
   - Não me esqueça, certo? – me pegando completamente desprevenida e me deixando sem graça.
   - Certo. – disse, abaixando a cabeça.
   - Eu não vou te esquecer, porque você é muito especial para mim. – fez outra pausa, me observando por um instante – Se precisar é só gritar.

   Sinceramente, não entendi o que ele quis dizer com isso. Na realidade, prefiro não entender. Vim pra cá pra estudar, não ficar pensando nele. E não citarei nomes, pois toda vez que digo seu nome, acontece algo que me deixa triste. Não sei por que, mas isso sempre acontece.
   Enfim, foi pensando nisso que fiquei acordada até me dar conta que já eram duas e meia da manhã. E, mais uma vez, Diogo voltou em minha mente como “problema principal”. Ele nunca havia deixado de aparecer por muito tempo e isso me preocupou o bastante para passar uma hora sentada na cômoda que ficava em baixo da janela, na esperança de vê-lo. Tudo em vão. Fui deitar-me às quatro da manhã, completamente sem sono. Senti-me sozinha, desprotegida e caí em lágrimas, adormecendo logo em seguida.
Continua...
**Vou postar uma vez por semana, pois estou preparando outras histórias.
...
   - Mia? – Mel gritava, correndo em minha direção. Ela percebera que eu estava pálida, e não era somente pelo frio que fazia. – O que aconteceu?
   - Nada. – olhei para ela, sem esboçar nenhuma expressão. Ela logo entendeu o que havia ocorrido. Ela só tinha me visto daquele jeito uma vez.
   Após explicar que havia me perdido, voltamos para casa. Fui para o quarto, dizendo estar cansada. Na realidade, eu estava. Mel foi logo em seguida. Nós dividimos o quarto. Então ela me perguntou o que realmente acontecera. Disse tudo, aos mínimos detalhes e ela ficou pasma.
   - O que mais me espanta é que o Di te deixou. Nunca entendo o ciúme dele. – dizia Mel, arrumando sua cama para deitar.
   - Eu sei, também não entendo. Ele é meu amigo, mas é um espírito. Eles também sentem ciúme? – perguntava sarcasticamente, enquanto mexia meu chocolate quente encostada na janela, olhando a neve cair.
   Mel ria com meu comentário. Ela sabia que eu não suportava a mania de Diogo fazer tudo. Ele poderia até ser um espírito, mas não conseguia fazer coisas que os seres encarnados fazem, mas ainda pensa como um, sentindo as mesmas coisas que um ser encarnado sente, inclusive ciúme... Tão incontrolável, principalmente com os meus amigos, que podem me abraçar, como ele mesmo me disse uma vez.
   Volto no tempo, perdida em meus pensamentos e me lembro do quanto eu era feliz no Brasil, até eu ter minha primeira experiência desagradável. Eu gostava de uma pessoa de lá e prometi para mim mesma que eu o esqueceria. Ele era meu amigo. Quero dizer, meu melhor amigo. Mas quando fui me despedir, fiquei ligeiramente confusa com o que falamos.

 - Sabe mais ou menos por quanto tempo ficará lá? – ele me dizia, segurando uma de minhas mãos.
 - Não. Talvez um ano, dois... Até três, não sei. – dizia-lhe, fugindo de seu olhar que sempre me causava calafrios.
   - Mas... – ele fez uma pausa e respirou fundo, como se estivesse escolhendo as palavras corretas para continuar sua frase – Você viajará sozinha?
   - Não. – olhava-o, tentando decifrar o que havia de tão misterioso por trás de seu olhar. – Mel irá comigo. E além do mais, a família com quem ficarei parece ser muito acolhedora.
   - Espero que sejam. – ele pensou alto, sem perceber o que dizia.
   - Por quê? O que fará se não forem? – disse-lhe, com um tom mais descontraído, olhando-o com uma sobrancelha alta.
   - Irei te buscar. – disse, soltando uma risada nervosa.
   Ficamos um tempo em silêncio, sem saber o que falar para não tornar a despedida pior. De repente, ele quebra o silencio, dizendo:
   - Não me esqueça, certo? – me pegando completamente desprevenida e me deixando sem graça.
   - Certo. – disse, abaixando a cabeça.
   - Eu não vou te esquecer, porque você é muito especial para mim. – fez outra pausa, me observando por um instante – Se precisar é só gritar.

   Sinceramente, não entendi o que ele quis dizer com isso. Na realidade, prefiro não entender. Vim pra cá pra estudar, não ficar pensando nele. E não citarei nomes, pois toda vez que digo seu nome, acontece algo que me deixa triste. Não sei por que, mas isso sempre acontece.
   Enfim, foi pensando nisso que fiquei acordada até me dar conta que já eram duas e meia da manhã. E, mais uma vez, Diogo voltou em minha mente como “problema principal”. Ele nunca havia deixado de aparecer por muito tempo e isso me preocupou o bastante para passar uma hora sentada na cômoda que ficava em baixo da janela, na esperança de vê-lo. Tudo em vão. Fui deitar-me às quatro da manhã, completamente sem sono. Senti-me sozinha, desprotegida e caí em lágrimas, adormecendo logo em seguida.

Bom, vou postar uma vez por semana :)
Continua...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Perseguidores de Almas - Part I

    Eles eram milhares e estavam ao meu redor. Tinha medo, pois sabia que estava sozinha. Na realidade, eu não estava tão sozinha assim... Ele apareceu e me ajudou. Espantou todas aquelas monstruosidades que me aterrorizavam. Porém, só eu os via. Quer dizer, eu e... ELE!
   Logo após me ajudar, o ser cavalheiro simplesmente desapareceu, sem dar tempo de agradecê-lo. Fiquei pasma, pois eu pensava que só eu poderia ver tudo aquilo, mas naquela noite percebi que não era bem assim.
   Fui pra casa, meio desnorteada, saindo do meio do Central Park, em direção à Seventh Avenue. Parei na calçada esperando um táxi, me lembrando como tudo aconteceu.
   Eram sete horas da manhã e eu me levantava como de costume, para ir ao centro de Manhattan. Estudava lá há quase um ano, mesmo tempo que estou nos EUA com minha amiga, Melanie. Somos brasileiras e nos conhecemos ainda pequenas. Então decidimos fazer um intercâmbio juntas, para aperfeiçoar nosso inglês. Atualmente, nós duas moramos no Brooklyn, com uma família muito gentil, os Stewart.
   Nos arrumamos para sair juntamente com Max e Lorraine, nossos ‘irmãos’. Eles são divertidos. Saímos para a escola, que era perto de casa. Enfim, o dia foi normal. Pelo menos era pra ser...
   De noite, combinamos de ir ao Central Park, para encontrarmos alguns amigos deles. Muita gente legal e bonita, porem estava meio distante. Eu era meio distante, mas aquele dia estava mais que o normal. Um amigo deles, o Jerry, veio falar comigo, pois pensava que estava estranhando o clima extremamente frio que fazia.
   Após contornar o assunto, vi Diogo. Ele me perseguia em qualquer lugar que eu ia. Sempre imponente e protetor. Mas aquele dia, exatamente naquele dia, tivemos uma briga. Ele não entendia o porquê de eu andar sempre com Max e todos seus amigos, pois achava mais interessante quando eu ficava somente com ele.
   Sabe como é aquela história de espírito protetor, né? Ah, acho que não expliquei isso... Bom, eu tenho uma mediunidade extremamente aflorada, então posso me comunicar e, às vezes, até tocar em espíritos. E por mais que essa proximidade toda com o outro plano me assuste às vezes por ainda não conseguir me controlar, Di é o único que me persegue.
   Bom, continuando com a história...
   Ele tinha se estressado com a preocupação do Jerry comigo. Era um pouco ciumento com essas coisas. Então escapei para poder falar com ele, tentar pelo menos. Ele sumiu. Não quis me ouvir. Estava realmente bravo. E lá estava eu, no meio do Central Park, sozinha. Digo, ‘nem tão sozinha’.
   Estava olhando o lago que fica no coração do Park. Quando me dei conta, estava cercada por sombras. Eles são os opostos dos espíritos. “Bem e mal.” Estavam querendo me pegar, assim como fizeram quando estava no Brasil, um mês antes de decidir que iria vir para cá. Esse foi o real motivo. Pensei que tudo ia acabar e ficar para trás. Mas não ficou. Eles me seguiram e desta vez quase me pegaram.
   Eles se aproximavam cada vez mais. Estava realmente no meio de um circulo negro. EU era o alvo. Mas de repente, aparece um ser todo de preto, espantando todas as sombras. Ele usava uma capa e o capus cobria seu rosto. Salvou-me, mas não se identificou, sumindo tão rápido do mesmo jeito que apareceu.
   E lá estava eu, parada de frente à Seventh Avenue, procurando o grupo que me acompanhara.

CONTINUA...